


No passado dia 29 de Agosto, eu e a minha princesa (vulgo Lapierre X-160 LT) apanhamos um avião bem cedinho no Porto, rumo a Glasgow. Após várias horas de viajem de avião e uma terrível viajem de táxi pelo lado contrário da estrada (sim, eles andam mesmo pela esquerda, é de loucos!!!!) cheguei ao hotel.
No dia seguinte, e após o primeiro de vários "full scotish breakfast", já com o grupo todo apresentado, seguimos no mini-bus para Fort William onde começou a travessia. Era a última vez que me deslocava com a ajuda de um motor, nos sete dias seguintes foi sempre em cima da bicicleta.
Os dias começavam todos da mesma maneira: 07.30 fora da cama; 07.45 pequeno-almoço; 08.30 última verificação à montada; 09:00 começar a pedalar. A distância a vencer por dia estava já determinada pois já sabíamos em que vila ou aldeia iríamos ficar na noite seguinte. As nossas malas seguiam de táxi para lá.
Além disso é preciso ir bem carregado, não apenas com garrafa de água na bike e duas barras no jersey :) Pelo menos uns 6kg de material ia nas costas, o que incluía: água, barras, sandes, bebida isotónica, chocolates, salgados (batatas ou amendoins), roupa extra (meias, camisola, luvas, impermeável, casaco), câmaras, chaves multi-usos, bomba, dropout, desencravador de correntes e câmara fotográfica.
Sei que parece um exagero mas houve dias em pedalamos em zonas muito remotas e caso acontecesse alguma coisa, pelo menos uma noite podíamos ficar fora. Felizmente não aconteceu nada, mas pedalar a pensar que caso me magoasse a aldeia mais próxima estava três horas para trás ou três horas para a frente é estranho!!
Chegávamos sempre entre as 05.30 e as 06.30 ao ponto de paragem seguinte e após limpeza das bikes e banho quente visitávamos o (único!!!!) restaurante ou pub da dita terrinha.
Um dos pontos que gostava de salientar prende-se com a velocidade com que se pedala quando se faz uma travessia deste género: é bem mais lento daquilo a que nos habituamos. E não foi por isso que fiquei menos cansado, pois a verdade é que todos os dias há muito a percorrer e o local de chegada está marcado por isso não adianta pedalar como um tolinho. É preciso apreciar a paisagem enquanto se pedala, conversar com o gajo do lado, tirar umas fotos, atravessar linhas de água, fugir dos mosquitos (o bicho mais perigoso em toda a Escócia, nem com repelente desaparecem), apreciar a fauna (veados, coelhos, ovelhas, cabras em abundância) e a flora.
Ficam mais algumas imagens dos sítios por onde passei e fica também o desafio: e que tal uma travessia de Fraquinhos? Floresta negra? Alpes Suíços? Caminhos franceses de Santiago? Nós, as bikes, gps, mapas, bússola e muita vontade de pedalar :):)
PS - Esta viajem foi marcada através Mac's Adventure, uma empresa sediada em Glasgow que faz este tipo de travessias, de bike ou a pé, com o site www.macsadventure.com
Os famosos lagos escoceses com origem em glaciares
Travessia de linhas de água, pelo menos três por dia. Note-se que tenho as sapatilhas à volta do pescoço contudo, tendo em conta a temperatura da água, foi a primeira e última vez que fiz isso!!!
Uma semana com os pés molhados...
Um Trail Center perto de um dos sítio onde passei a noite: Laggan Wolftrax

Sei que tenho de ir em frente, mas onde está o trilho???
O bothy bag, é suposto estarmos sentados mas assim também dá. Não parece, mas estava muito frio e sempre a chover!! Verão escocês :)
Foi sempre a subir em cima da bike até aqui, um quarto do Mount King estava vencido.
Os outros três quartos foram assim!
Até ao topo: Vento: 100km/h
Temperatura: 4ºC
Almoço abrigado no topo.
Descida até ao vale. Quando cheguei lá baixo os discos da bike fumegavam!!!
Ciclovia do rio Dee.
E a praia final: um Fraquinho chega onde quiser!!!



1 comentário:
"pétaculo"... tambem quero.
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